TONO BOMBEIRO 2020-09-13T06:30:13+00:00

Tono Bombeiro, os famosos cachorros ou bifanas bem conhecidos das festas e feiras portuguesas.

Tono Bombeiro: um negócio bem conhecido das festas e feiras portuguesas

Em São João da Madeira, quem visita pela primeira vez a Avenida da Liberdade e pare no nº 681, para pedir um dos famosos cachorros ou bifanas do Tono Bombeiro, pode achar curioso o facto de, do outro lado da rua, existir uma roulotte com o mesmo nome. Pois bem, essa roulotte encerra a história do variado percurso que esta marca conheceu, desde os cumes gelados da serra da Freita até ao presente local.

A nossa história principia de maneira fortuita: Maria Alice Pinto Silva, natural de São João da Madeira, deslocara-se ao hospital do Porto para visitar a mãe e acabou por conhecer António Manuel Santos, um portuense com o qual travou imediata amizade. Pouco tempo demorou para que essa amizade se transformasse em namoro e mais tarde, no ano de 1979, em casamento. António mudou-se para a cidade da indústria e trabalhou vários anos como fiel de armazém. Maria Alice era gaspeadeira (trabalhava em casa) e continuou a exercer funções na área, porém, o casal cedo se apercebeu que os seus ganhos, juntos, não representavam grande futuro.

Resolveram, então, criar o seu negócio, algo em que pudessem ver os seus esforços melhor recompensados. Pediram um empréstimo, que lhes amarrou um peso às costas e uma roulotte de três metros à parte de trás do carro, com o intuito de vender cachorros e bebidas em festas e feiras. Podia-se dizer que a partir deste momento o negócio tinha tudo para entrar em andamento. O citroen do casal, porém, permitiu-se discordar. Não tinha nem cavalos, nem tração para a tarefa e assim foi que se viram obrigados a efetuar outro investimento: um nissan patrol em 2ª mão. Com o novo veículo, rumaram à sua primeira festa enquanto comerciantes, em Vale de Cambra, mais especificamente na Nossa Senhora da Saúde. Ora, ao patrolzito, não houve nem senhora, nem saúde que lhe valesse: deixou-os a pé antes de chegar ao destino. Lá chegaram à festa, já às 2 da manhã, com a ajuda do irmão de António e nem sequer tinham eletricidade disponível. A sorte foi o senhor dos carros de choque que facilitou uma ligação… No fim da peripécia, António, que tinha vendido todo o seu stock, considera que ‘no meio do azar tivémos sorte’. Na segunda festa, em Pé de Moura, também teve problemas, quando lhe exigiram, por um qualquer capricho, que retirasse a roulotte do espaço previamente acordado. Conseguiu permanecer na festa, apenas pela intervenção de um amigo que também lá fazia negócio. Na terceira festa, em Santa Eufémia, o terreno enlameado e desnivelado nem permitiu que a roulotte fosse montada…

Era uma vida nova, cheia de obstáculos e dificuldades. Maria, que chegava das festas de madrugada para ainda ir confeccionar calçado, teve de atender a sérias complicações de saúde da sua mãe, o que deixou cada um a travar a sua luta. Mas o casal não baixou os braços. António trocou o seu patrol, que em boa verdade já merecia descanso, por um modelo novo e, com o intuito de não ficar condicionado pelo Inverno, em que as festas eram reduzidas, resolveu adquirir um furgão Iveco, que adaptou para comercialização de farturas e bar, assim como um gerador que lhe solucionasse de uma vez por todas a questão da eletricidade. Esta nova estratégia visava o público do rally da serra da Freita. E que estratégia! Quando lá montou o estaminé pela primeira vez, António exclama que ‘quase me comiam a roulotte!’. Restava apenas a questão de um espaço que António pudesse usar à vontade e, felizmente, essa questão foi solucionada pelo Sr. Alberto, que, vendo o grande esforço e dedicação de António, cedeu-lhe um espaço para a Roulotte. Por fim, foi instalado um quadro elétrico no local e o negócio começou, desta feita, a ganhar fama na serra. António ficou eternamente grato a este pequeno-grande gesto e até hoje considera o sr. Alberto como Família. Por outro lado, Maria, que fazia as feiras no Verão com os filhos, retirava do óleo a ferver farturas que ficariam conhecidas por esse Portugal fora.

Todas estas tribulações, contudo, deixam as suas marcas. A saúde de Maria fraquejou, o que levou o casal a pensar num estilo de vida menos desgastante e foi o café Mussulo, em São João, que deixou em aberto essa possibilidade. O café estava muito degradado e o negócio ficou um pouco no limbo até terem capacidade financeira de lhe inflarem vida. António, bombeiro voluntário há vários anos, decidiu dar um nome à casa que todos os sanjoanenses conheceriam: Tono (de António) Bombeiro. Inicialmente tinham diárias, mas acabaram por se focar no que lhes trouxe fama: cachorros, bifanas e snack bar em geral. Recentemente introduziram as francesinhas com molho caseiro, feito todos os dias de manhã e que também pode ser pedido para os cachorros. À semana, o snack bar enche-se de estudantes e ao fim de semana de casais jovens, que aproveitam a excelente esplanada para relaxar. Nas palavras de Maria, o segredo da casa é o mesmo de sempre: ‘É preciso trabalhar com amor e não pensar só em ganhar dinheiro. É preciso ter jeito para atender’.

Hoje em dia, a roulotte já vai estando estacionada e o casal já goza de mais estabilidade, porém, nunca esquecerá aqueles primeiros tempos em que ‘fazer-se à vida’ era sinónimo de descer uma serra gelada com os macacos da roulotte a arrastar no chão, para impedir que se perdesse o controlo e acontecesse o pior.
É bom ver que a honestidade e trabalho honrado ainda compensam. Ficam as memórias de um tempo difícil e o panorama brilhante do futuro, até porque quem vai ao Tono Bombeiro não esquece as famosas bifanas, cachorros e francesinhas.
Um sonho que começou pequenino e acabou gigante. De se lhe tirar o chapéu!

Em São João da Madeira, quem visita pela primeira vez a Avenida da Liberdade e pare no nº 681, para pedir um dos famosos cachorros ou bifanas do Tono Bombeiro, pode achar curioso o facto de, do outro lado da rua, existir uma roulotte com o mesmo nome. Pois bem, essa roulotte encerra a história do variado percurso que esta marca conheceu, desde os cumes gelados da serra da Freita até ao presente local.

A nossa história principia de maneira fortuita: Maria Alice Pinto Silva, natural de São João da Madeira, deslocara-se ao hospital do Porto para visitar a mãe e acabou por conhecer António Manuel Santos, um portuense com o qual travou imediata amizade. Pouco tempo demorou para que essa amizade se transformasse em namoro e mais tarde, no ano de 1979, em casamento. António mudou-se para a cidade da indústria e trabalhou vários anos como fiel de armazém. Maria Alice era gaspeadeira (trabalhava em casa) e continuou a exercer funções na área, porém, o casal cedo se apercebeu que os seus ganhos, juntos, não representavam grande futuro.

Resolveram, então, criar o seu negócio, algo em que pudessem ver os seus esforços melhor recompensados. Pediram um empréstimo, que lhes amarrou um peso às costas e uma roulotte de três metros à parte de trás do carro, com o intuito de vender cachorros e bebidas em festas e feiras. Podia-se dizer que a partir deste momento o negócio tinha tudo para entrar em andamento. O citroen do casal, porém, permitiu-se discordar. Não tinha nem cavalos, nem tração para a tarefa e assim foi que se viram obrigados a efetuar outro investimento: um nissan patrol em 2ª mão. Com o novo veículo, rumaram à sua primeira festa enquanto comerciantes, em Vale de Cambra, mais especificamente na Nossa Senhora da Saúde. Ora, ao patrolzito, não houve nem senhora, nem saúde que lhe valesse: deixou-os a pé antes de chegar ao destino. Lá chegaram à festa, já às 2 da manhã, com a ajuda do irmão de António e nem sequer tinham eletricidade disponível. A sorte foi o senhor dos carros de choque que facilitou uma ligação… No fim da peripécia, António, que tinha vendido todo o seu stock, considera que ‘no meio do azar tivémos sorte’. Na segunda festa, em Pé de Moura, também teve problemas, quando lhe exigiram, por um qualquer capricho, que retirasse a roulotte do espaço previamente acordado. Conseguiu permanecer na festa, apenas pela intervenção de um amigo que também lá fazia negócio. Na terceira festa, em Santa Eufémia, o terreno enlameado e desnivelado nem permitiu que a roulotte fosse montada…

Era uma vida nova, cheia de obstáculos e dificuldades. Maria, que chegava das festas de madrugada para ainda ir confeccionar calçado, teve de atender a sérias complicações de saúde da sua mãe, o que deixou cada um a travar a sua luta. Mas o casal não baixou os braços. António trocou o seu patrol, que em boa verdade já merecia descanso, por um modelo novo e, com o intuito de não ficar condicionado pelo Inverno, em que as festas eram reduzidas, resolveu adquirir um furgão Iveco, que adaptou para comercialização de farturas e bar, assim como um gerador que lhe solucionasse de uma vez por todas a questão da eletricidade. Esta nova estratégia visava o público do rally da serra da Freita. E que estratégia! Quando lá montou o estaminé pela primeira vez, António exclama que ‘quase me comiam a roulotte!’. Restava apenas a questão de um espaço que António pudesse usar à vontade e, felizmente, essa questão foi solucionada pelo Sr. Alberto, que, vendo o grande esforço e dedicação de António, cedeu-lhe um espaço para a Roulotte. Por fim, foi instalado um quadro elétrico no local e o negócio começou, desta feita, a ganhar fama na serra. António ficou eternamente grato a este pequeno-grande gesto e até hoje considera o sr. Alberto como Família. Por outro lado, Maria, que fazia as feiras no Verão com os filhos, retirava do óleo a ferver farturas que ficariam conhecidas por esse Portugal fora.

Todas estas tribulações, contudo, deixam as suas marcas. A saúde de Maria fraquejou, o que levou o casal a pensar num estilo de vida menos desgastante e foi o café Mussulo, em São João, que deixou em aberto essa possibilidade. O café estava muito degradado e o negócio ficou um pouco no limbo até terem capacidade financeira de lhe inflarem vida. António, bombeiro voluntário há vários anos, decidiu dar um nome à casa que todos os sanjoanenses conheceriam: Tono (de António) Bombeiro. Inicialmente tinham diárias, mas acabaram por se focar no que lhes trouxe fama: cachorros, bifanas e snack bar em geral. Recentemente introduziram as francesinhas com molho caseiro, feito todos os dias de manhã e que também pode ser pedido para os cachorros. À semana, o snack bar enche-se de estudantes e ao fim de semana de casais jovens, que aproveitam a excelente esplanada para relaxar. Nas palavras de Maria, o segredo da casa é o mesmo de sempre: ‘É preciso trabalhar com amor e não pensar só em ganhar dinheiro. É preciso ter jeito para atender’.

Hoje em dia, a roulotte já vai estando estacionada e o casal já goza de mais estabilidade, porém, nunca esquecerá aqueles primeiros tempos em que ‘fazer-se à vida’ era sinónimo de descer uma serra gelada com os macacos da roulotte a arrastar no chão, para impedir que se perdesse o controlo e acontecesse o pior.
É bom ver que a honestidade e trabalho honrado ainda compensam. Ficam as memórias de um tempo difícil e o panorama brilhante do futuro, até porque quem vai ao Tono Bombeiro não esquece as famosas bifanas, cachorros e francesinhas.
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