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SALÃO DOURADO 2020-08-29T16:57:36+00:00

O Salão Dourado é um verdadeiro e inegável baluarte das modas capilares dos sanjoanenses.

Agídio Oliveira · Salão Dourado, São João Nosso

O Salão Dourado é um verdadeiro e inegável baluarte das modas capilares dos sanjoanenses

Numa manhã chuvosa, na Rua da Liberdade, em São João da Madeira, o Sr. Agídio Oliveira olhava com algum nervosismo pela janela, enquanto aguardava o primeiro cliente do dia. A sua barbearia, o Salão Dourado, situado na porta nº62, tinha sido inaugurado há pouco tempo, no primeiro dia de Outubro de 1959 e este tipo de ansiedade era de esperar. Entretanto, do outro lado da rua, um carro chegava com dificuldade a uma oficina. Deitava fumo pelo radiador e as suspensões faziam um barulho de desconfiar. O Sr. Agídio colocava alguns pincéis no sítio quando, pelo canto do olho, viu um mecânico a olhar para o relógio, trocar umas palavras com o infortunado condutor e gesticular na direção do seu estabelecimento. Este último passou a mão pelo cabelo e, prontamente, se dirigiu ao Salão Dourado. Este é apenas um exemplo de como se desenvolveram as sinergias na Rua da Liberdade. Os vários negócios beneficiam tanto do grande movimento da rua, como da plenitude de serviços disponível.

O Salão Dourado cresceu, contudo, também pelo mérito do seu proprietário. Este começou, como tantos outros rapazes, por ajudar o pai, mais especificamente a fazer sapatos. Mais tarde, trabalhou na Farmácia Central. Fazia remédios e pomadas, assim como o ocasional recado. Foi, porém, o seu pai que lhe sugeriu a profissão de barbeiro, coisa que agradou o futuro dono do Salão Dourado. Trabalhou dez anos numa barbearia, começando humildemente por desfazer barbas e progredindo até se tornar num mestre do pente e tesoura.

Novamente incentivado pelo pai, começou a ponderar ter um estabelecimento seu. A oportunidade surgiu com a Molaflex, uma fábrica de colchões que tinha a sua entrada na Rua da Liberdade. Desde o século XIX que São João da Madeira se tinha tornado num polo de industrialização e desenvolvimento e as fábricas começavam, pouco a pouco, a deslocar-se para a periferia da cidade. O mesmo se sucedeu com a Molaflex e o Sr. Agídio, ao ver o espaço reconvertido num salão, aproveitou a oportunidade. Com alguma ajuda do café El Dourado, que gentilmente cedeu algumas cadeiras, o Salão Dourado, tornou-se uma realidade.

Esta movimentada barbearia não teve, porém, o nome definido no dia da sua inauguração. O nome surgiu quando o Sr. Agídio perguntou a um cliente se tinha uma ideia para batizar o estabelecimento. Ora, o nosso jovem barbeiro fora loiro desde o berço, e o cliente sugeriu ‘Salão Dourado’. Foi uma simples, mas eficaz associação.
Em pouco tempo, o estabelecimento tinha ganho reputação e prestígio, de tal modo que necessitou de contratar quatro colaboradores para dar resposta à procura. Desde então, este estabelecimento tem sido testemunha das muitas histórias da população de São João de Madeira, mas por vezes as histórias vêm ter connosco e sem nos apercebermos, fazemos parte delas. Passo a explicar: o Salão Dourado tinha um espaço que não era utilizado, uma pequena cave. A pedido do presidente do clube de campismo de São João da Madeira, algumas reuniões foram lá efetuadas… até a PIDE ter acusado o Sr. Agídio de albergar membros do partido comunista para efetuar reuniões secretas, ameaçando fechar a barbearia. Enfim, o nosso ilustre barbeiro viu o desenrolar da história e, os mal-entendidos felizmente esclarecidos, cá continua para a contar. Tal episódio é um entre muitos dos que já se passaram entre as quatro paredes do Salão Dourado.

São João da Madeira tem sofrido, ao longo dos tempos, inúmeras transformações, porém a arte do nosso mestre da tesoura foi e será uma constante. Ele próprio acede que os tempos mudaram um pouco. Rapar o cabelo parece agora ser mais comum, enquanto décadas atrás seria visto quase como um castigo. As pessoas, impelidas pela pressa do dia a dia já não conversam tanto no seu Salão. O gloss da brilhantina foi substituído pelo matte de outros produtos, mas a vida continua!
O Salão Dourado modernizou-se e o Sr. Agídio é agora um verdadeiro e inegável baluarte das modas capilares e da vida dos sanjoanenses.

Numa manhã chuvosa, na Rua da Liberdade, em São João da Madeira, o Sr. Agídio Oliveira olhava com algum nervosismo pela janela, enquanto aguardava o primeiro cliente do dia. A sua barbearia, o Salão Dourado, situado na porta nº62, tinha sido inaugurado há pouco tempo, no primeiro dia de Outubro de 1959 e este tipo de ansiedade era de esperar.

Entretanto, do outro lado da rua, um carro chegava com dificuldade a uma oficina. Deitava fumo pelo radiador e as suspensões faziam um barulho de desconfiar. O Sr. Agídio colocava alguns pincéis no sítio quando, pelo canto do olho, viu um mecânico a olhar para o relógio, trocar umas palavras com o infortunado condutor e gesticular na direção do seu estabelecimento. Este último passou a mão pelo cabelo e, prontamente, se dirigiu ao Salão Dourado. Este é apenas um exemplo de como se desenvolveram as sinergias na Rua da Liberdade. Os vários negócios beneficiam tanto do grande movimento da rua, como da plenitude de serviços disponível.

O Salão Dourado cresceu, contudo, também pelo mérito do seu proprietário. Este começou, como tantos outros rapazes, por ajudar o pai, mais especificamente a fazer sapatos. Mais tarde, trabalhou na Farmácia Central. Fazia remédios e pomadas, assim como o ocasional recado. Foi, porém, o seu pai que lhe sugeriu a profissão de barbeiro, coisa que agradou o futuro dono do Salão Dourado. Trabalhou dez anos numa barbearia, começando humildemente por desfazer barbas e progredindo até se tornar num mestre do pente e tesoura.

Novamente incentivado pelo pai, começou a ponderar ter um estabelecimento seu. A oportunidade surgiu com a Molaflex, uma fábrica de colchões que tinha a sua entrada na Rua da Liberdade. Desde o século XIX que São João da Madeira se tinha tornado num polo de industrialização e desenvolvimento e as fábricas começavam, pouco a pouco, a deslocar-se para a periferia da cidade. O mesmo se sucedeu com a Molaflex e o Sr. Agídio, ao ver o espaço reconvertido num salão, aproveitou a oportunidade. Com alguma ajuda do café El Dourado, que gentilmente cedeu algumas cadeiras, o Salão Dourado, tornou-se uma realidade.

Esta movimentada barbearia não teve, porém, o nome definido no dia da sua inauguração. O nome surgiu quando o Sr. Agídio perguntou a um cliente se tinha uma ideia para batizar o estabelecimento. Ora, o nosso jovem barbeiro fora loiro desde o berço, e o cliente sugeriu ‘Salão Dourado’. Foi uma simples, mas eficaz associação.
Em pouco tempo, o estabelecimento tinha ganho reputação e prestígio, de tal modo que necessitou de contratar quatro colaboradores para dar resposta à procura. Desde então, este estabelecimento tem sido testemunha das muitas histórias da população de São João de Madeira, mas por vezes as histórias vêm ter connosco e sem nos apercebermos, fazemos parte delas. Passo a explicar: o Salão Dourado tinha um espaço que não era utilizado, uma pequena cave. A pedido do presidente do clube de campismo de São João da Madeira, algumas reuniões foram lá efetuadas… até a PIDE ter acusado o Sr. Agídio de albergar membros do partido comunista para efetuar reuniões secretas, ameaçando fechar a barbearia. Enfim, o nosso ilustre barbeiro viu o desenrolar da história e, os mal-entendidos felizmente esclarecidos, cá continua para a contar. Tal episódio é um entre muitos dos que já se passaram entre as quatro paredes do Salão Dourado.

São João da Madeira tem sofrido, ao longo dos tempos, inúmeras transformações, porém a arte do nosso mestre da tesoura foi e será uma constante. Ele próprio acede que os tempos mudaram um pouco. Rapar o cabelo parece agora ser mais comum, enquanto décadas atrás seria visto quase como um castigo. As pessoas, impelidas pela pressa do dia a dia já não conversam tanto no seu Salão. O gloss da brilhantina foi substituído pelo matte de outros produtos, mas a vida continua!
O Salão Dourado modernizou-se e o Sr. Agídio é agora um verdadeiro e inegável baluarte das modas capilares e da vida dos sanjoanenses.

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